quinta-feira, 19 de junho de 2014

XXXI

tudo o que ela precisava, era de uma xícara de chá. não importava se era preto ou camomila, gelado ou fervido, adoçado com açúcar, adoçante... se era amargo por ausência, azedo por limão ou salgado por choro quietinho. na verdade, só queria ter algo em mãos. algo para abraçar e dizer para si mesma: "tá tudo bem, agora". é, nenhuma palavra era dita pelo chá, porém, muitas frases se formavam naquele silencio de garoa na madrugada. parecia choro. e talvez fosse mesmo. no fim, o chá nem importava mais. de quem era a culpa? da saudade, é claro.
saudade de ser quem nunca foi. saudade de agradar quem nunca conseguiu. saudade aquela que surgiu antes mesmo de conhecer o "adeus". saudade de preocupação. em resumo, medo da perda.
ou de ganhar demais... ganhar algo como mais dela com ela mesma, ou seja, solidão. mas quem se importa? é sexta-feira. e, à propósito, o chá acabou.

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